O Papel-Moeda Particular de Taquara Claudio
Schroeder
Após registrar exemplar de moeda particular, metálica,
relacionada com a cidade divulgamos agora exemplares de “papel-moeda”
que tiveram curso como dinheiro oficial na região.
Relembrando: por moeda particular entende-se fichas metálicas
ou não emitidas por particulares, estabelecimentos
comerciais e industriais e mesmo autoridades públicas,
para suprir a falta momentânea de troco no meio de seus
empregados, mas que muitas vezes passam a ter aceitação
em geral, mesmo numa outra região.
Esse tipo de emissão é proibido por lei, mas
foi muito utilizado no passado e ocorre ainda hoje sempre
que falta dinheiro oficial numa região. Moeda particular
é um assunto que a população conhece
na prática. O estudo numismático dessas peças
é extremamente difícil. Isso porque hoje em
dia só temos as próprias, confeccionadas em
diferentes tipos de material cuja circulação
é limitada aos períodos de escassez de dinheiro
oficial, desaparecendo após. A numismática faz
a sua parte recolhendo as peças como objetos monetiformes,
mas a história da maioria e sua ligação
com o meio circulante ainda está em aberto. O pouco
que sabemos foi transmitido oralmente, o que dificultará
mais ainda as pesquisas no futuro. Além de citações
em antigos catálogos e livros de numismática,
os registros impressos dessas moedas estão nas noticias
do comércio e da industria publicadas nos jornais de
cada região. Aqui temos outro problema, as coleções
desses jornais estão em acervos distribuídos
por vários museus e bibliotecas. Geralmente não
são séries completas. Em resumo ainda falta
verificar muita coisa. Solicitamos assim auxílio para
registrar a história desse exemplares de “papel-moeda”
ligados com a cidade de Taquara e seu comercio por volta de
1900.
Os exemplares que divulgamos constam no livro A Moeda Fiduciária
no Brasil. 1771 até 1900, editado em Zurich em 1903.
O mesmo foi reeditado em 2006 pelo Museu de Valores do Banco
Central. Esse é o 3º volume do estudo O Meio Circulante
no Brasil 1645-1900 de Julius Meili (1839/1907).
No capitulo “Vale de Companhias e Particulares”
está registrado o que segue:
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Nº 1413 Vale, papel fino, de Guilherme Lasch no valor
de 100 réis. Vide ilustração 1.
Da localidade de Rio da Ilha, Taquara do Mundo Novo.
Impressor: LITH. A ENGEL.
Estampa preta, fundo branco; no verso estampa azul claro.
Ainda falta mais detalhes; O sobrenome ainda é encontrado
na região.
Sem data, deve ter circulado por volta do ano de 1900.
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Nº 1492 Vale, cartão, de F. G. Bauer no valor
de 200 réis. Vide ilustração 2.
Da localidade de Taquara.
Impressor: LITH. IGNÁCIO WEINGÄRTENER –
P. ALEGRE.
Estampa preta, fundo branco; no verso propaganda da casa emissora
em vermelho.
Meili descreve ainda exemplares com valores de 100 e 500 réis.
Ainda falta mais detalhes; O sobrenome ainda é encontrado
na região.
Sem data, deve ter circulado por volta do ano de 1900
Numa busca na INTERNET localizamos no site http://www.colono.com.br/asp/fauth09.asp
o que segue: Frederico Guilherme Bauer, nascido em Taquara
10/06/1870, falecido em 01/08/1914. Casado com Liduina Fauth
nascida em 27/06/1871 falecida em 10/03/1914. Tiveram os filhos
Timóteo Lotário Bauer e Neli Lúcia Bauer.
Será que essa família é a responsável
pelo vale acima e será esse o nome completo de quem
emitiu os vale? Como sempre solicitamos auxilio dos nossos
leitores em completar esses registros. |