Mais
um amigo que se vai
Homenagem
a Edison Corrêa
Pedro Pinto
Balsemão
Eram 4 horas da
tarde do dia 15 próximo passado, quando recebi aquele telefonema vindo de
Florianópolis:
- Balsemão, o
Edinho faleceu. Esteve em coma há 15 dias pois se acidentou com seu próprio
avião.
Fiquei
perplexo, chocado, quase não acreditando no que tinha acabado de ouvir.
Notícias deste tipo nos surpreendem e nos abalam. Pedi mais detalhes, mas não
havia mais nada a ser dito, somente que seu corpo seria cremado em Camboriú. Me
parei a pensar: estive recentemente com Edison Corrêa em Curitiba no nosso
encontro anual da SNP, quando conversamos bastante. Comprei dele três lindos
patacões para minha coleção. Estava ele muito preocupado com um incidente
ocorrido recentemente em sua residência. Fez-me um desabafo.
Edson sempre
foi muito meu amigo, desde que nos conhecemos, há quase 20 anos. E em todos os
encontros aproveitávamos para por as conversas em dia. Sempre me falava de suas
viagens pois todos os anos ele viajava para o exterior. Esteve em diversos
países, conheceu vários continentes e me relatava os momentos felizes que
curtia viajando e conhecendo lugares. Também me falou que teve negócios na
América do Norte, mas que havia terminado porque isso lhe causava muitos incômodos.
Edison era um
homem dinâmico ao extremo. Exercitava muito sua inteligência em várias
atividades. Fez uma linda casa em Floripa, no bairro de Coqueiros, onde estive
por duas vezes. Lá vi mais um dos seus hobbies, montava maquetes de barcos,
gostava de mexer com ferramentas e disso tive a satisfação de participar.
Sempre fazia planos para o futuro e assim viveu intensamente. Fica em minha
lembrança sua admiração por meu trabalho. Era meu incentivador. Gostava
imensamente de minhas cunhagens ao ponto de tê-las todas.
Fica também em
minha lembrança sua vinda a minha empresa em São Leopoldo, quando viu eu cunhar
réplicas, só para que pudesse verificar como eram cunhadas. Lembro-me de quando
me pediu uns retalhos de couro estampados para fazer uns sapatos, no que foi
atendido. E vi depois em seus pés um belo par de sapatos social feito com a
estampa Balsemão. Vestia-se muito bem, elegante em tudo. Tanto no comportamento
como nas ações. Tendo sempre como companheiros o cigarro e o café.
Agora vai ficar
em minha memória as caronas que tive de Curitiba até Florianópolis quando me
levava à porta da minha casa em Ponta das Canas, pois isto ele fazia questão.
No nosso Clube na cidade de Taquara, onde ele também era sócio, marcou época e
fez muitos amigos que por certo sentirão muito sua falta.
Ficam agora
todas estas lembranças pois nos deixou para sempre. Seu desassombro custou sua
vida, mas certamente veio a morrer fazendo o que mais gostava, voar.
Pedro Pinto Balsemão
Ivoti, 21 de setembro de 2010.